O que nos faz desencontros, o que faz o tempo! Sensibilidade duramente acalentada por fatos passados... O que será que nos tornamos enquanto fugíamos de nós mesmos? Troquei meus passos, me confundi com hipóteses... Quando deixamos palavras no ar, elas chegam até seus destinatários? Porque sei que nada há mais... Tenho memórias, graças até contáveis, mas já não existe nada que possamos falar já não me lembro dos nossos discursos e tento imaginar o que queríamos e em que acreditávamos e me esforço tanto, tanto! Pra lembrar aquelas frases ditas em pequenos gestos mas que eram sempre certeza e confiança. Tenho hoje vagas memórias, películas de alguns momentos me recordo em suspiros que fazem doer, suspiros nostálgicos e de saudade. O que tem sido hoje por nossas criancices passadas? Como explicar essas folhas não escritas nas mãos e vagos interesses que omitimos? Não sei evitar esses desencontros, acho que o tempo, sensibilizado, hoje vai contra o que estimamos. Sinto-me curiosa, queria saber o que mudou, queria ainda que por uma única vez poder dizer o tchau que nem pudemos proferir ou talvez ainda não o diremos por muito; O que nos tornamos enquanto fizemos de nós inexistentes, enquanto fugíamos de nós mesmos? Em que nos tornamos enquanto fazíamos amadurecer? Durante esse tempo, onde encontro algo antigo que perdemos por aí? Por não saber como guardar... Por não entender atos... Faço-me curiosa, e como ainda espero saber, me faço persistente...
(Desconhecido)